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domingo, 22 de julho de 2012

Paulistano declara 'amor' a shopping, irregular ou não

Madalena transferiu sua conta bancária para lá.
Marina só corta o cabelo em um único salão. Simone
e seus filhos malham naquela academia. E Ana Maria
diz que passear ali é seu principal lazer.
'Paixão' por shoppings some na hora de achar vaga
Prefeitura já conhecia problemas em shoppings
Shopping Eldorado se regulariza e consegue alvará
Irregularidades em shoppings também afetam as
lojas
Tão populares, que já chegaram a ser rotulados de
"praia de paulista", os shoppings, que andam na
mira do poder público ultimamente, são uma espécie
de extensão do lar de muitos moradores. A
"cidadezinha" do bairro, um lugar que não se limita a
um centro de compras, mas que agrega serviços
(como lavanderia, sapataria, pet shop), diversão
(restaurantes, cinema, teatro, parques) e até mesmo
padaria e mercado.
Como resume a administradora de empresas Marcia
Kadayan, 35, o shopping, para muitos paulistanos, é
uma "segunda casa".
Mas essa casa anda devendo ao poder público. Na
última semana, a prefeitura divulgou que 28 dos 47
shoppings da cidade possuem alguma irregularidade,
como falta de vagas nos estacionamentos,
documentação incompleta, construção irregular ou
problemas nas lojas.
A blitz foi feita após a Folha revelar acusação de
pagamento de propina para obtenção de alvarás.
Por conta dessas irregularidades, dois deles --
Higienópolis e Paulista-- tiveram os alvarás cassados
e podem ser lacrados até o fim do mês.
Entre os frequentadores assíduos, é grande a
preocupação de que seus "shoppings de estimação"
fechem.
"Faço abaixo-assinado, protesto, tudo que puder
para evitar", diz a estudante Stephanie Caroline, 18,
sobre um eventual fechamento do Jardim Sul, no
Morumbi. Ela diz que ali é seu principal ponto de
encontro com os amigos e vai ao shopping de três a
cinco vezes por semana, sempre de táxi. "Venho
para fazer massagem, ver filme e até passear sem
comprar nada."
"Se fechasse eu ia chorar, porque iriam tirar meu
principal lazer", diz Ana Maria Di Giacomo, 66, que
frequenta o Bourbon. "Sou aposentada, eu trago um
livro, vejo as pessoas. Aqui é uma cidadezinha --é
fundamental para mim."
"Seria uma afronta", concorda a designer de
interiores Simone Peres, que vai à academia do
shopping Pátio Higienópolis diariamente. E completa:
"Muitos dependem daqui. Eu também".
É lá que a estudante Marina Silva, 22, faz o corte de
cabelo a cada dois meses, além de ir passear
semanalmente. E também é onde a corretora
Madalena Colombo, 56, vai quase todos os dias, para
fazer as unhas, a feira do supermercado e ir ao
banco --foi ela quem transferiu a conta para a
agência do shopping.
Veja imagens
Alguns não precisam de motivo especial para dar
uma passada diária no shopping mais perto de casa.
"Tanto é extensão da minha casa que venho aqui de
pijamas", diz o produtor musical Anires Marcos, que
mora a duas quadras do shopping Frei Caneca.
Outros se deslocam bem mais. O casal Humberto e
Solange Guizelina sai semanalmente do Butantã, na
zona oeste, para passear no shopping que frequenta
há mais de 20 anos, o Center Norte. "Sei até quando
as lojas mudam de balconista", diz Solange.

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