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sábado, 12 de maio de 2012

Partidos políticos gastaram pouco maisde R$ 310 milhões em 2011

Alvo de investigação do Ministério Público Federal,
a venda da construtora Delta Construções para a
J&F, holding que controla o frigorífico JBS,
preocupa o Palácio do Planalto. Em conversas
reservadas, integrantes do primeiro escalão dizem
que o negócio "não vai dar certo" não apenas por
causa da entrada do Ministério Público na
operação, mas principalmente porque a empresa
deve ser declarada inidônea pela Controladoria
Geral da União (CGU).
O Planalto nega que tenha ajudado a J&F a
adquirir a Delta para evitar a paralisia das obras
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
embora o empresário José Batista Júnior, um dos
controladores do frigorífico JBS, tenha confirmado
o respaldo federal, em entrevista ao jornal Folha
de S. Paulo.
Em nota divulgada ontem, a Secretaria de
Comunicação Social da Presidência diz que o
governo não interfere em operações privadas. O
Planalto tenta a todo custo se distanciar do
negócio porque o frigorífico JBS tem como sócio o
Banco Nacional de Desenvolvimento Social
(BNDES).
"São falsas (...) as ilações de que a referida
operação teve aval deste governo", garante a nota
feita a pedido da presidente Dilma Rousseff. Ao
destacar que está em curso, na Controladoria
Geral da União, processo de decretação de
inidoneidade da Delta, o texto deixa claro que a
punição pode ter impacto imprevisível.
Na prática, a medida deve atingir não apenas os
contratos federais do PAC como as obras da Delta
em Estados e municípios. "Caso a CGU conclua
pela condenação, a empresa estará impedida de
ser contratada pela administração pública, nos
termos da Lei 8.666 de 1993, com consequências
econômicas presentes e futuras", observa a nota
da Secretaria de Comunicação.
Esse também é o argumento usado por ministros
para explicar por que a venda da Delta pode não
se concretizar na prática. No epicentro das
investigações da CPI do Cachoeira, vasculhada
pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e alvo
de denúncias de fraude, corrupção e
superfaturamento, a empreiteira tende a virar um
"mico" para qualquer comprador. A J&F, por
exemplo, não herdará a carteira de projetos da
companhia.
Apesar de confirmado na quarta-feira, o negócio
só se tornará realidade após a auditoria feita pela
CGU, que deve demorar no mínimo três meses.
Para evitar mais problemas, a Delta deixará o
consórcio responsável pela reforma do estádio do
Maracanã, no Rio, sem direito a qualquer
ressarcimento pelos investimentos já realizados
para a Copa de 2014.

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