Foi pensando em ajudar pessoas que têm o sonho de passar em concurso público que dois amigos deMogi das Cruzescriaram um aplicativo de celular voltado para quem não tem formação em Direto, mas deseja um cargo na área jurídica. Gratuito, o app já tem mais de 2 mil downloads e 10 mil acessos em pouco mais de duas semanas. “O retorno é muito maior do que a gente imaginava”, comenta Alberto Fernandes Filho, que realizou seu sonho e é concursado como assistente jurídico no Tribunal de Justiça de São Paulo.Intitulado "Peso 2 Concursos", o aplicativo está disponível para dispositivo Android e IOS e tem as leis e artigos exigidos em editais de concursos públicos na área de Direito. O material vem acompanhado de comentários para facilitar a compreensão.Já está disponível o conteúdo para os concursos de escrevente para o Tribunal de Justiça de São Paulo e para técnico judiciário no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, por exemplo. Todos os processos seletivos exigem apenas o Ensino Médio.Os amigos fizeram escola juntos em Mogi das Cruzes e se formaram em Direito estudando em universidades diferentes da cidade. Eles se reencontraram no início deste ano. “Tivemos a ideia há seis meses pensando em ajudar quem tem o sonho da estabilidade. Como trabalhamos em São Paulo, acabamos nos encontrando no metrô no começo deste ano. Conversamos e daí para frente resolvemos criar o aplicativo”, conta Alberto, que aos 28 anos trabalha como assistente jurídico no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Parte da inspiração veio da experiência vivida pela esposa de Gustavo Nogueira de Sá, parceiro de Alberto no projeto. “A esposa do Gustavo é formada em administração e ficou desempregada por um tempo. Ela resolveu prestar concurso, o Gustavo separou o material que ele tinha e passou para a esposa”, conta Alberto. “Eu ajudei ela a estudar e ela acabou passando no concurso no TRT de Campinas eno TRT de São Paulo para técnico judiciário”, lembra Gustavo.As provas para estes concursos foram entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano. “Pegamos esse material, demos uma melhorada, mudamos o lay out e colocamos à disposição para os outros por meio do aplicativo”, conta Alberto.O aplicativo está no ar desde 23 de setembro. Empolgado, Alberto conta que em cerca de duas semanas o app teve 10 mil acessos e 2 mil downloads para dispositivos Android. “O retorno foi mais do que a gente imaginava”. Gustavo também está satisfeito. “A procura foi muito acima do que a gente esperava. Eu não imaginava que ia ter tanta repercussão assim, a gente está simplesmente divulgando no boca a boca”, conta.
O aplicativo conta com um fórum onde os usuários fazem sugestões e tem tambémuma fanpage no Facebook. Foi por meio desta rede social que a advogada mineira Heloisa Dutra ficou sabendo do app. Ela se dedica a prestar concursos públicos e participa de grupos de discussão no Facebook sobre o assunto. "Eu participo do grupo específico do TRT de Minas e foi ali que eu tomei conhecimento. Faz pouco tempo que eu tenho smartphone e achei muito interessante esse aplicativo, não fico baixando qualquer coisa não. Estou me preparando para o concurso do TRT deMinas e o programa está me ajudando bastante", comenta.
Heloisa é moradora da cidade de Ferros, a 170 quilômetros de Belo Horizonte. Ela deixou de exercer a advocacia há três anos para se dedicaraos processos seletivos para o funcionalismo público. "Já prestei vários concursos. O que me atrai é a estabilidade. É o meu sonho. Quando eu ia viajar ou resolver alguma coisa no banco, eu levava o livro. Mas agora eu uso o aplicativo. Ali já tenho o que eu quero. Para ler à noite é muito melhor por exemplo. E ele é muito didático, todo colorido. Isso facilita bastante a navegação", comenta Heloisa.
Alberto conta que o investimento para criar o "Peso 2 Concursos" foi baixo. “Nós estudamos para fazer a programação e criamos o logo. Nosso custo é praticamente apenas o aluguel do servidor. Os usuários nos pedem para fazer exercícios, mas para isso teríamos que ter uma plataforma mais elaborada e servidores mais potentes”, explica.Também com 28 anos de idade, Gustavo é atualmente analista judiciário do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Ele explica o porquê de focar no concurseiro que não é formado em Direito. “A primeira impressão que eles têm é que a área jurídica é a matéria mais pesada, porque vale mais pontos e tem mais perguntas. A intenção é colocar a linguagem mais simples e entregar os mais mastigado possível para a pessoa que não é da área de Direito”, explica.Gustavo também comenta a facilidade que dispositivos móveis proporcionam no dia a dia. “Desde que eu tenho smartphone eu estudo por ele. Tenho um aplicativo que tem todas as leis, mas está de forma desorganizada e quem não é formado teria muita dificuldade de encontrar o que precisa. Pelo aplicativo que criamos a pessoa pode estudar em qualquer lugar, inclusive no transporte público, como eu faço. Outro fator é que muita gente quer, mas não tem tempo e condições de arcar com um cursinho para prestar o concurso”, conta.Gustavo acredita que a internet é uma aliada preciosa para quem tem o sonho de passar em concurso. “Hoje tem tanto conteúdo disponível na internet que se a pessoa tiver força de vontade ela consegue ir atrás”, conclui.
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