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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Jennifer Lawrence está em 'O Lado Bom da Vida'

Uma maneira de detonar "O Lado Bom da
Vida", de David O. Russell, é dizer que se serve
de um amontoado de clichês; prefere, como o
título diz, olhar mais para a luz que para as
trevas e contém um lado de autoajuda como
todo bom produto que se preze hoje em dia.
Numa visão menos amarga, pode-se
acrescentar que é raro exemplar de comédia
romântica não estúpida, com dois
protagonistas que se ajustam como violino e
piano, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence, e
conta com um roteiro que não desrespeita o
Q.I. do espectador. Tem, ainda, como
coadjuvante, um Robert De Niro que abandona
por um tempo o costumeiro piloto automático
e nos concede um vislumbre do seu talento,
ao lado da correta Jacki Weaver, como sua
esposa.
A história é a de Pat Solatano Jr (Cooper),
bipolar solto do hospital psiquiátrico depois
de oito meses de internação, que tenta se
reintegrar à vida de família e reconquistar a
esposa que, com boas razões, o deixou. Nesse
meio tempo, ele conhece a maluquinha Tiffany
(Jennifer), que promete ajudá-lo a se conciliar
com a ex-mulher, Veronica (Julia Stiles), desde
que ele a ajude em outro projeto - vencer um
concurso de dança.
Partindo dessa trama pífia e mínima, o filme
nos entrega mais do que poderíamos esperar,
em especial graças a Jennifer Lawrence que,
desde que surgiu em "O Inverno da Alma" e
"Jogos Vorazes", parece se transformar na
garota da hora. Hollywood precisa de sangue
fresco, com voracidade vampiresca, pois são
os jovens que fazem a máquina rodar, em
especial junto ao público teen, majoritário nas
salas de cinema contemporâneas. Acontece que
Jennifer é mesmo um talento real. Tem graça,
beleza, e aquela espontaneidade difícil de se
encontrar. As bruscas mudanças de humor da
sua personagem Tiffany não parecem artificiais
e nem lhe tiram o encanto. Tem personalidade
e é sensual. Dizem que é favorita ao Oscar de
melhor atriz. Pode levar, o que seria a aposta
da Academia no sangue jovem. Veremos dia 24
de fevereiro.
Enfim, é bom que se diga também que há
muito besteirol ao longo do filme, que tudo é
muito limpinho e não veio para mudar a
história do cinema. Pelo contrário. Muita gente
se pergunta o que estaria fazendo no Oscar e,
ainda mais, com oito indicações, inclusive a
melhor filme. Mas essa queixa seria
superestimar o Oscar e também levar a ferro e
fogo uma visão xiita do cinema.
Filmes como "O Lado Bom da Vida" têm todo
direito à existência. Não fazem mal a ninguém.
E, quer saber de uma coisa?, perigam até de
fazer bem. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
O LADO BOM DA VIDA
Título original: Silver Linings Playbook.
Direção: David O. Russell. Gênero: Comédia
romântica (EUA/2012, 122 min.). Classificação:
14 anos.

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