O comandante da Polícia
Militar do Rio de Janeiro,
Erir Costa Filho, foi enfático
ao comentar os desvios de
conduta dos policiais
militares envolvidos no
esquema de corrupção
apontado na Operação
Purificação, deflagrada
nesta terça-feira (4) na
capital e na Baixada
Fluminense.
Segundo o comandante, os
PMs que ainda estiverem
agindo contra a instituição
“devem parar, senão vão
para a rua”. As palavras do
comandante foram
proferidas no final da
manhã, em entrevista
coletiva para explicar os
detalhes da operação no
Quartel General da Polícia
Militar, no centro da capital
fluminense.
“O policial que não for
digno de vestir a farda da
corporação será punido.
Agora acabou. Ninguém
pode ter dúvida do que
essa equipe pode fazer.
Quem errar, rua”, afirmou.
A Operação Purificação foi
desencadeada para
cumprir 83 mandados de
prisão, sendo 65 de
policiais militares e 18 de
integrantes da principal
facção do tráfico de drogas
do Estado, o Comando
Vermelho.
Até as 10h30, já haviam
sido presos 59 PMs e 11
traficantes. Os PMs –
todos lotados no 15º BPM
(Duque de Caxias) à época
do início das investigações
– recebiam propina dos
traficantes para não coibir
atividades criminosas em
13 favelas da região de
Duque de Caxias, todas sob
domínio do Comando
Vermelho.
“Arrego”
Durante as investigações
foi descoberta a conexão
entre o traficante do Mato
Grosso do Sul Samert
Basilio Soto, conhecido
como Barão, e policiais e
traficantes do Rio. Uma
conversa interceptada pela
força-tarefa revelou a
compra de um fuzil no
valor de R$ 45 mil e a
encomenda de 50 pistolas
pelos traficantes de Duque
de Caxias. Os policiais
envolvidos no esquema
toleravam a circulação das
armas.
Segundo o Ministério
Público, o traficante Willian
da Silva, conhecido como
Pit, tinha uma linha de
telefone destinada
exclusivamente para
atender aos policiais do
esquema. Ele é braço-
direito do traficante
conhecido como Paizão,
chefe do tráfico em
comunidades de Duque de
Caxias.
De acordo com o promotor
Décio Alonso, os policiais
ligavam “incansavelmente”
para o traficante para
negociar o
“arrego” (propina). Dos 65
mandados de prisão
expedidos, as vozes de 26
PMs já foram identificadas
através de perícia nas
gravações das ligações
telefônicas.
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