O deputado federal
Romário (PSB-RJ), que
formalizou nesta terça-feira
(4) na Câmara dos
Deputados a apresentação
de requerimento para a
abertura da CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito)
da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol), havia
conseguido 20 assinaturas
no documento até o final
desta tarde. Para a CPI ser
aberta, 171 deputados
devem assinar o
requerimento.
Ele quer que a CPI
(Comissão Parlamentar de
Inquérito) da CBF
(Confederação Brasileira
de Futebol) seja instalada
no Congresso Nacional até
o início da Copa das
Confederações no Brasil,
em junho de 2013.
A primeira assinatura foi
do deputado Marçal Filho
(PMDB-MS), que presidia a
sessão legislativa desta
tarde, em Brasília, no
momento em que Romário
discursou sobre o
assunto. "Vou trabalhar
para instalar a CPI até a
abertura da Copa das
Confederações", afirmou
Romário. "Mas tenho os
pés no chão e sei como
será difícil, pois
inicialmente concorro com
outras nove CPIs que
aguardam aprovação e
instalação", disse o
deputado.
Indagado sobre a possível
atuação contrária da
Bancada da Bola - grupo
de parlamentares que
defendem os interesses da
CBF no Congresso Nacional
- Romário disse estar
tranquilo. "Não temo a
reação contrária de meus
companheiros
parlamentares. Eles fazem
o papel deles e eu faço o
meu. Quem achar que essa
proposta tem interesse
popular, com certeza
assinará o requerimento".
Apoios
Quando saiu do plenário,
Romário começou a pedir
assinaturas aos colegas
parlamentares que
encontrava pelos
movimentados corredores
do Congresso Nacional. De
alguns obteve apoio
imediato. De outros ouviu
um "deixe eu ler com mais
calma".
"Se a CPI não sair não me
sentirei perdedor. Mas o
Parlamento perderá, o
Brasil perderá, os
torcedores perderão,
infelizmente, porque é
preciso tornar
transparente a gestão de
uma entidade, a CBF, que
cuida de um patrimônio
muito importante para
todos, a Seleção
Brasileira", afirmou o
deputado.
A principal argumentação
está nas denúncias de
irregularidades envolvendo
a entidade maior do
futebol brasileiro. "Não é
de hoje que a atuação
administrativa e comercial
da CBF vem sendo alvo de
denúncias e revelações que
em nada se coadunam
com os princípios que
devem reger o Sistema
Nacional do Desporto, tais
como a moralidade
administrativa e a
transparência financeira e
administrativa", afirma
Romário na justificativa do
pedido de CPI.
"Notícias recentes,
divulgadas nos meios de
comunicação, dão conta de
que a CBF tem sido
utilizada como instrumento
para beneficiar seus
gestores e terceiros a eles
relacionados, mediante
recebimento de valores de
patrocínios que deveriam
ser aplicados na realização
de suas finalidades".
Romário também citou
artigos da Lei Pelé para
fundamentar o pedido de
CPI.
Entre as denúncias
apresentadas por Romário
está um patrocínio de R$ 7
milhões da TAM para a CBF
que estaria sendo desviado
para empresas ligadas a
laranjas de Ricardo
Teixeira. O cartola também
estaria recebendo R$ 150
mil como consultor,
mesmo depois de ter sido
substituído na CBF. A
contratação teria sido feita
pelo atual presidente, que
também aumentou o
próprio salário e o de toda
a diretoria após sua
eleição.
Vice
Outro argumento que
fundamenta o pedido de
CPI refere-se ao vice-
presidente da CBF e
presidente da FPF
(Federação Paulista de
Futebol), Marco Polo Del
Nero, que teve o nome
envolvido em uma ação da
Polícia Federal que busca
desarticular duas
organizações criminosas na
semana passada.
Romário sugere uma
varredura na gestão da
CBF, passando por salários
de seus dirigentes,
investigações de denúncias
de enriquecimento ilícito
de seus funcionários e
fraude no processo
eleitoral. O pedido também
traz à tona um assunto
polêmico: a venda dos
direitos de imagem do jogo
da Seleção Brasileira com a
de Portugal, na
inauguração do Estádio
Bezerrão, em Brasília, em
2008.
Na justificativa do pedido
da CPI da CBF Romário
argumenta que "a
organização desportiva do
país, fundada na liberdade
de associação, integra o
patrimônio cultural
brasileiro e é considerada
de elevado interesse
social".
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