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sexta-feira, 9 de março de 2012

Ex-governador e jogador, Marin ficou famoso por polêmica com medalha Substituto interino de Ricardo Teixeira já atuou pelo São Paulo, presidiu federação paulista e governou no lugar de Maluf antes de ser vice da CBF

Confirmado como substituto interino de Ricardo Teixeira na presidência da CBF nesta sexta-feira, José Maria Marin é vice-presidente do Sudeste na entidade desde 2008. Em janeiro, ele ficou famoso no futebol brasileiro por ter colocado uma medalha no bolso durante a premiação do título do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores. Mas a vida pública deste senhor de 79 anos começou bem antes da polêmica no pódio: Marin já foi jogador, mandatário da Federação Paulista de Futebol (FPF) e até governador de São Paulo.

Pelo estatuto da CBF, Marin assumiria a presidência diretamente em caso de renúncia de Teixeira por ser o vice mais velho. Como o presidente pediu licença médica, ele pode indicar qualquer um dos vices para o cargo interinamente e o paulista foi escolhido, assim como no final do ano passado. Os outros são: Fábio Marcel Nogueira (Sul), Fernando José Macieira Sarney (Norte), Marco Antonio de M. Ferreira (Nordeste) e Weber Magalhães (Centro-Oeste).

Antes de entrar para a política, Marin tentou a sorte no esporte e até deu alguns passos no futebol profissional. Entre os anos de 1950 e 1952, com 20 anos de idade, chegou a atuar pelo São Paulo, mas não teve muito destaque. A curta carreira nos gramados foi definitivamente interrompida quando o dirigente decidiu optar por outra área. Em 1955, formou-se em Direito, na Universidade de São Paulo.

Já na política, o substituto de Teixeira foi eleito vereador da cidade de São Paulo em 1964 e presidente da Câmara Municipal, em 1969, além de ter sido deputado estadual entre os anos de 1971 e 1979. No início dos anos 80 - entre 1982 e 1983 -, governou o Estado de São Paulo por dez meses substituindo Paulo Maluf, então governador eleito e que havia se licenciado do cargo para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.

A década de 80 marcou o início da vida ativa de Marin nos bastidores do esporte. O dirigente presidiu a Federação Paulista de Futebol entre os anos de 1982 e 1986, foi chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México, e desde 2008, é vice-presidente da CBF representando a região Sudeste.

josé Maria Marin presidente da CBF (Foto: Agência Gazeta Press)José Maria Marin é vice-presidente do Sudeste na CBF desde 2008 (Foto: Agência Gazeta Press)

A principal força política de José Maria Marin vem justamente da FPF e seu presidente, Marco Polo Del Nero. Os paulistas foram os principais articuladores da escolha do substituto de Teixeira, fato que desagradou outras federações. Entre os clubes, a notícia agrada principalmente aos cartolas do Morumbi, já que o cartola mantém ótimo relacionamento com a cúpula são-paulina. No fim do ano passado, Marin acompanhou a delegação do Santos no Japão durante a disputa do Mundial de Clubes da Fifa.

Em 25 de janeiro deste ano, Marin envolveu-se em polêmica no dia da decisão da final da Copa São Paulo de Junores. Após a partida entre Corinthians e Fluminense, que terminou com a vitória do Timão por 2 a 1, o dirigente subiu ao palco durante a premiação dos atletas e foi flagrado colocando uma medalha no bolso. Depois da polêmica, o dirigente, então presidente em exercício da entidade já que Ricardo Teixeira havia pedido licença, afirmou que tal medalha era uma cortesia da Federação Paulista de Futebol.

Ricardo Teixeira presidente da CBF (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)No poder desde 1989, Teixeira pediu licença
médica da CBF (Foto: Marcos Ribolli)

Antes do carnaval, os rumores sobre uma possível renúncia de Teixeira aumentaram e fizeram com que alguns presidentes de federações estaduais se movimentassem para evitar a posse de Marin. A "ala rebelde", que contava com Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia, por exemplo, marcou uma reunião para o dia 29 de fevereiro para discutir o futuro da CBF caso o presidente realmente deixasse o poder.

O principal objetivo do grupo era propor novas eleições caso houvesse a renúncia. Segundo Francisco Novelletto, da federação gaúcha, o mandato até 2015 só seria válido para Teixeira, já que foi prorrogado por causa da Copa do Mundo de 2014. Se Teixeira saísse, a "ala rebelde" defendia que Marin – o vice mais velho – não poderia herdar o mandato por não ter sido eleito anteriormente.

A reunião acabou cancelada, já que Teixeira convocou uma Assembleia Geral para a mesma data. No encontro na sede da CBF, o presidente conversou com todos os dirigentes e continuou no cargo, saindo agora alegando problemas de saúde. Apesar de alguns presidentes de federações terem sugerido um "rodízio" entre os vices durante a ausência de Teixeira, o mandatário confirmou Marin como interino.

O presidente da CBF pode tirar no máximo três licenças, totalizando 180 dias - cada período pode ter no máximo 60 dias. Com Marin no cargo, a "ala rebelde" teme pela concentração de poder nas mãos dos paulistas, por causa da influência de Del Nero e da presença de Andrés Sanches, ex-presidente do Corinthians, como diretor de Seleções.

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