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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Em seu primeiro trabalho após a série Harry Potter, o ator Daniel
Radcliffe, agora aos 22 anos, continua às voltas com o sobrenatural.
Em A Mulher de Preto, de James Watkins, baseado no livro de Susan
Hill, ele faz o jovem advogado Arthur Kipps, incumbido de um caso
difícil. Ele deve tratar dos assuntos pendentes de uma propriedade,
abandonada depois que o dono morreu. O próprio Kipps não se encontra
em bom estado. Viúvo, pois a mulher morreu de parto, cria sozinho um
filho de 3 anos, e não encontra grande motivação em viver.

O filme começa nesse tom soturno e assim vai até o fim. É filme de
época, em que carruagens convivem com os primeiros automóveis,
fotografado em tons escuros e cheio de tipos suspeitos. A morte ronda
cada fotograma, ou, pelo menos, essa parece ser a intenção do diretor
Watkins. Daí que a missão de Kipps, arriscado de perder o emprego,
será das mais espinhosas. A mansão abandonada fica perto de uma
localidade litorânea. Ninguém quer hospedar o advogado e muito menos
auxiliá-lo em seu trabalho. Kipps só encontra hostilidade e
desconfiança. Parece que uma maldição paira sobre o povoado e ela pode
ter origem na velha casa que, periodicamente, fica isolada pela maré.

Existe um quesito básico para um filme de terror: criar uma atmosfera
assustadora. Como fazê-lo? Inovando ou buscando novas formas? Watkins
encontra sua resposta ao apoiar-se em tudo o que o gênero já usou e
consagrou. Não dá um passo fora do previsto. Mobiliza todas as
artimanhas e receitas manjadas. Todas mesmo. Pequeno povoado com gente
assustada, casa decrépita e isolada, com cemitério no jardim, pântano
fumegante nas proximidades. E, sim, sustos que se escondem atrás de
cada porta, rangidos noturnos, fantasmas que aparecem primeiro de
maneira dissimulada, depois cada vez mais atrevidos. A reciclagem do
mesmo destina-se a produzir medo na plateia, em especial no público
teen.

Público que, aliás, tem acorrido em peso às pré-estreias do filme e
enchido as salas com gritinhos de medo e sua torcida aflita pelo
ex-Harry Potter. Sim, porque A Mulher Vestida de Preto, apesar do ar
british e, portanto, mais sóbrio que seus congêneres do outro lado do
Atlântico, não disfarça a vocação de terror para consumo adolescente,
a começar pela escalação do astro inglês para o papel principal.

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