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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Apuração: polícia de SP tenta identificar envolvidos em confusão

A Polícia Civil de São Paulo tenta identificar outros torcedores
envolvidos no tumulto durante a apuração do desfile das escolas de
samba do Grupo Especial do Carnaval paulista, que terminou com dois
presos nesta terça-feira (21). De acordo com o delegado Osvaldo Nico
Gonçalves, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista
(Deatur), os vídeos e imagens da confusão de ontem apontam que várias
pessoas "incentivaram" a invasão do local onde estavam sendo lidas as
notas das agremiações, no sambódromo do Anhembi, na cidade de São
Paulo.

Ontem, foram presos Tiago Tadeu Ciro Faria, 29 anos, e Cauê Ferreira,
20 anos, que passaram a noite no 2º Distrito Policial (Bom Retiro).
Até a manhã desta quarta-feira, eles ainda aguardavam pela
transferência para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.
Segundo a polícia, eles foram identificados como os torcedores que
rasgaram as notas dos jurados, dando início à confusão no sambódromo,
que terminou ainda com o incêndio de carros alegóricos.

De acordo com o delegado, Faria é membro da diretoria da escola
Império de Casa Verde e tem passagem pela polícia por roubo a caixa
eletrônico e formação de quadrilha, em 2001. Já Ferreira é membro da
Gaviões da Fiel, mas não tem antecedentes criminais. Ambos vão
responder por supressão de documentos e danos ao patrimônio público.

Em depoimento ontem, os torcedores presos disseram ter ficado
revoltados após saberem de um acordo para que nenhuma escola do Grupo
Especial fosse rebaixada neste ano. "Agora vamos atrás de quem
incentivou a invasão. Pelas imagens, sabemos que eles não agiram
sozinhos", afirmou o delegado.

Faria e Ferreira foram ouvidos inicialmente na sede do Deatur dentro
do Anhembi, e transferidos por volta das 4h para o 2º DP. Eles
dividiram cela com outros 14 detentos e não receberam visitas. Pela
manhã, uma mulher foi à delegacia à procura de Faria, mas ela não quis
dar entrevista e não pôde visitá-lo.

Entenda o caso
Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu
a apuração do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Faltando
apenas uma nota dez para assegurar o título para a Mocidade Alegre,
Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde,
invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor
e o rasgou.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delegacia Especializada em
Atendimento ao Turista (Deatur), anunciou a detenção do principal
responsável por todo o tumulto. Caue Santos Pereira, 20 anos,
integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, este por atirar
objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo,
Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram
detidos.

Com isso, a confusão se tornou generalizada e a leitura das notas foi
interrompida. Até este ponto, a Mocidade Alegre liderava a apuração
com um total de 160 pontos. Solange Bichara, presidente da agremiação,
evitou considerar a escola campeã do Carnaval de 2012. "Não posso me
considerar campeã por algo que não aconteceu", afirmou.

Uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os
diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do
Carnaval 2012. O Presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira, citou o
artigo 29 que diz que, quando um jurado não vota, a nota estabelecida
é 10. Dessa maneira, todos os votos que não haviam sido contabilizados
foram 10 e a Mocidade, que já estava liderando a contagem, se tornou a
vencedora.

O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram
vistos chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois,
um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo ainda
não identificado. A alegoria tinha estrutura toda de palha,
representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

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