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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Empresas atacadas por hackers não revelam ataque a investidores Relatórios ocultam informações relevantes das ofensivas contra dados ou servidores.

- Pelo menos meia dúzia de grandes companhias norte-americanas cujos
computadores sofreram invasão de criminosos cibernéticos ou espiões
internacionais não admitiram os incidentes, apesar das autoridades
regulatórias agora recomendarem que esse tipo de ataque seja revelado.

Importantes funcionários do setor de segurança de computação do
governo norte-americano acreditam que os ataques de hackers a empresas
sejam muito frequentes, e a Securities and Exchange Commission (SEC)
divulgou um extenso documento de "orientação", em 13 de outubro,
delineando como e quando empresas de capital aberto deveriam reportar
ataques de hackers e riscos de segurança na computação.

Mas passado um trimestre dessa orientação pela SEC, algumas grandes
empresas que tiveram violações sérias em sua segurança digital
continuam a manter os incidentes sob sigilo, e não os reportaram às
autoridades e investidores.

A Lockheed Martin, uma companhia de defesa, por exemplo, anunciou em
maio passado que havia conseguido resistir a um ataque "significativo
e tenaz" de hackers às suas redes. Mas o recente relatório trimestral
10-Q que a empresa submeteu às autoridades sobre o período que inclui
o ataque não menciona hackers nem entre os riscos genéricos, quanto
mais admite o ataque.

Uma revisão pela Reuters de mais de 2 mil relatórios apresentados por
empresas desde que a SEC divulgou sua nova orientação constatou que
algumas companhias, entre as quais a VeriSign, que oferece serviços de
infraestrutura de Internet, e a VeriFone Systems, operadora de cartões
de débito, revelaram dados novos e significativos sobre ataques de
hackers.

Mas a vasta maioria das empresas que consideraram a questão em seus
documentos se limitou a empregar uma nova terminologia padronizada
para descrever uma situação de risco genérico. E algumas vítimas de
ataques de hackers nem isso fizeram.

"Não entendo porque as empresas não reportam os riscos cibernéticos",
nem que apenas para evitar ações disciplinares da SEC ou processos
privados", disse Jacob Olcott, antigo assessor jurídico do comitê de
comércio do Senado dos EUA.

Stewart Baker, advogado e antigo secretário assistente do Departamento
de Segurança Interna norte-americano, disse que a orientação da SEC
era detalhada a ponto de forçar as empresas que sabem ter sido
atacadas por hackers a "trabalhar muito para não revelar coisa alguma
sobre o escopo e risco das intrusões".

"De outra forma, elas simplesmente estarão dando de bandeja uma
oportunidade para intervenção da SEC", acrescentou.

O porta-voz da Lockheed, Chris Williams, afirmou que o ataque de maio
"não causou efeito material sobre nossos negócios".

Ele afirmou ainda que atividade hacker foi coberta no mais recente
relatório anual da empresa, que a classifica como um de muitos fatores
de risco "incluindo ameaça a nossa infraestrutura de tecnologia da
informação, tentativas de acesso não autorizado a informação secreta
ou proprietária, ameaça à segurança física de nossas instalações e
funcionários e atos terroristas."

A cibersegurança tem sido uma preocupação crescente em Washington e
Obama cobrou durante discurso do Estado da Nação por ação em termos de
ações de propostas legislativas. Especialistas de segurança acreditam
que hackers frequentemente têm como alvo informações valiosas como
planos estratégicos, cópias de projetos e fórmulas secretas.

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