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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Greve da PM fecha lojas, cancela aulas e para Justiça na Bahia; turismo contabiliza prejuízos

Lojas fechadas, aulas suspensas, shows cancelados e Justiça com
atividades paralisadas. O Estado da Bahia viveu uma segunda-feira (6)
atípica por conta da greve da Polícia Militar, que chegou ao sétimo
dia de protesto. O dia, que seria de retorno às aulas nas escolas, foi
marcado por população com medo e ruas vazias.
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Atendendo a uma orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino
da Bahia, as escolas de Salvador e de grande parte dos municípios não
iniciaram as atividades de 2012, como era planejado. As escolas da
rede estadual não suspenderam as aulas, que oficialmente retornaram
hoje, mas a maioria dos professores e alunos não compareceu às
unidades, e as salas ficaram vazias.

Em nota oficial, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia
orientou os professores e demais trabalhadores do setor a não
comparecerem às unidades escolares. "A diretoria entende ser esta uma
medida de garantia de integridade física dos profissionais da
educação. Os trabalhadores em educação só devem retornar às unidades
escolares quando a situação voltar à normalidade", disse.

Já a Secretaria Municipal de Educação informou, no fim da tarde desta
segunda, que o início do ano letivo de 2012 está mantido para esta
terça-feira (7). O secretário de Educação, João Carlos Bacelar, disse
que a decisão segue orientação do prefeito João Henrique Carneiro
(PP), que atendeu a um pedido do governo do Estado.

Já boa parte das faculdades particulares de Salvador também suspendeu
as atividades, até que o governo do Estado e policiais cheguem a um
acordo. A Uneb (Universidade do Estado da Bahia) informou que as
matrículas, que deveriam realizadas nestas terça e quarta-feira, foram
adiadas para os dias 13 e 14.

Os cursos profissionalizantes do Sesi e o Senai em todo o Estado
também tiveram as aulas suspensas nesta segunda e terça-feira. A
determinação pode ser esticada, caso não haja um acordo que encerre a
paralisação.

O serviço da Justiça também foi afetado em Salvador pela greve dos
militares. O expediente desta segunda-feira foi suspenso no Tribunal
de Justiça e no Fórum Criminal de Sussuarana. Já o Fórum Ruy Barbosa,
Varas de Família e Juizados da capital tiveram o "funcionamento
facultativo", segundo informou a Associação dos Magistrados da Bahia.
Turismo afetado

O prejuízo também chegou ao setor turístico. A Abav (Associação
Brasileira de Agência de Viagens) informou que cerca de 10% das
reservas para o Carnaval já tenham sido canceladas até esta
segunda-feira. Centenas de pacotes turísticos, marcados para este fim
de semana, também foram cancelados ou adiados. Não foram registrados
cancelamentos de voos por conta da greve. Já a Associação de Bares e
Restaurantes estimou um prejuízo de pelo menos 25% no faturamento nos
dias de paralisação dos militares.

O turismo ainda foi duramente afetado pela Embaixada do Brasil nos
EUA, que emitiu um comunicado oficial na última sexta-feira (3),
pedindo aos cidadãos americanos que adiem qualquer viagem
"não-essencial" ao Estado, até que as "condições de segurança se
estabilizem".

O setor de entretenimento também não para de contabilizar prejuízos.
Nesta segunda-feira, o ensaio de "A melhor segunda-feira do mundo",
com a banda Harmonia do Samba, foi cancelado. No sábado (4), a cantora
Ivete Sangalo cancelou um show no Espaço da Praia do Forte, enquanto o
tradicional ensaio do Olodum, marcado para o domingo (5), também não
ocorreu.

Eventos culturais também foram adiados nesta segunda-feira. A Fundação
Cultural do Estado da Bahia também comunicou que o encontro de
avaliação da temporada Verão Cênico, marcada para esta segunda-feira,
foi adiada para o dia 5 de março.
Distúrbios no interior

Os transtornos também se alastram pelo interior, onde os policiais
aderiram à greve nos últimos dias. Em Feira de Santana, segunda maior
cidade do Estado, a 117 km de Salvador, as escolas permaneceram
fechadas nesta segunda-feira. O comércio funcionou durante todo o dia,
mas o movimento foi considerado bem inferior ao das segundas-feiras. O
Exército tem patrulhado as ruas da cidade, mas a população tem sido
orientada a não sair de casa.

A Associação Comercial de Feira de Santana divulgou nota em "protesto
à morosidade com que estão sendo conduzidas as negociações". Para o
órgão, a cidade passa por uma "grave situação de insegurança".
"Cobramos das autoridades competência na percepção da gravidade do
problema, que traz irrecuperáveis prejuízos financeiros, materiais e
morais à sociedade feirense, ao seu comércio e à totalidade dos seus
cidadãos", disse a instituição.

Em Vitória da Conquista, terceira maior cidade baiana, no extremo sul
do Estado, um boato de arrastão provocou tumulto no centro, e lojas e
bancos foram fechados. O shopping da cidade também fechou as portas ao
meio-dia por conta das informações de assaltos. Homens do Exército
ajudam na segurança, já que os policiais da cidade aderiram à
paralisação.

As aulas e atividades acadêmicas e administrativas da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia também foram suspensas nos três campi
da, nas cidades de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié. Os
trabalhos só irão retornar quando a situação da segurança seja
normalizada.

Em Camaçari, um boato de arrastão fechou as lojas do comércio por
volta das 14h30. O município, na região metropolitana de Salvador,
registrou cinco assassinatos em menos de 24 horas.

Em Luís Eduardo Magalhães, as agências do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal foram fechadas, e somente os caixas eletrônicos
funcionaram. Já em Santo Antônio de Jesus, o comércio abriu, mas ficou
com as portas semifechadas, com medo de um arrastão.

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