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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Passam de 80 os mortos desde início da greve da PM em Salvador

Treze mortes foram registradas desde o início da madrugada deste
domingo em Salvador e região metropolitana, o que faz subir para 83 o
total de óbitos regitrados pela Secretaria de Segurança Pública baiana
(SSP-BA) desde o dia seguinte ao anúncio da greve de policiais
militares na capital deste Estado, na última terça-feira, 31 de
janeiro.

Salvador viveu o pico da onda de violência na sexta-feira, quando 32
pessoas foram mortas e 72 carros foram roubados. A escalada dos
óbitos, junto com a série de saques e roubos que fechou o comércio e
disseminou um ambiente de insegurança generalizada na cidade,
arrefeceu com a chegada de contingentes adicionais de segurana
enviados pelo Exércio e pela Guarda Nacional, mas no sábado o número
de mortes ainda foi expressivo: 17, ainda maior que o total registrado
na quinta-feira.

De acordo com os dados disponibilizados na SSP, pode-se observar que
não há regiões que concentrem de modo desproporcional as vítimas
fatais. Por exemplo, a região que registrou o maior número de mortes
(sete) é Simões Filho, município da região metropolitana de Salvador.
Outro dado significativo é a grande quantidade de mortos que não foram
ainda identificados: são 42, mais que a metade do total de vítimas
fatais.

No sábado, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), fez duras
críticas aos policiais ligados à paralisação e negou o pedido de
anistia aos envolvidos. "É uma tentativa de guerra psicológica. Coloca
o povo a sofrer, mas não tenho dúvida de afirmar que parte disso é
cometido por ordem dos criminosos que se intitulam líderes do
movimento", declarou.

As palavras de Wagner seguiram as do ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, que foi a Salvador acompanhar a ação do efetivo de segurança
federal. "A nossa compreensão é que o nome dessa polícia e das ações
de segurança, o nome desse Estado não pode ser atingido por um grupo
de pessoas que imagina que as suas reinvindicações corporativas possam
fazer valer qualquer tipo de ação, possam fazer valer a prática de
crimes, abusos de todas as naturezas. Isso é inaceitável em um estado
de direito", disse. Cardozo também solicitou vagas em presídios
federais aos PMs infratores.

Além das mortes e da onda de saques, a greve prejudica a programação
cultural de Salvador, que teve uma série de shows e ensaios
cancelados. O andamento normal do ano letivo escolar também está
ameaçado: o contingente extra de policiamento federal ajudará nas
escolas públicas, ao passo que as escolas privadas poderão atrasar o
retorno às aulas até que a greve seja finalizada.

Os policiais reivindicam a criação de um plano de carreira, melhores
condições de trabalho e a regulamentação do pagamento de um auxílio
acidente. A greve foi declarada ilegal pela Justiça da Bahia e não é
reconhecida pelo comando geral da Polícia Militar estadual. Os
grevistas estão coordenados em torno da Associação de Policiais e
Bombeiros do Estado

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