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domingo, 5 de fevereiro de 2012

SP: remoção de acampados termina em confronto com Guarda Civil

Uma ação da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM) no início da
manhã deste domingo terminou em um confronto que deixou vários
feridos, de acordo com o movimento Frente de Luta por Moradia (FLM).

Por volta das 6h, homens da corporação foram até a avenida São João,
no centro da capital paulista, em cujas calçadas cerca de 230 famílias
estavam acampadas com sofás, barracas e lonas. Os sem-teto ocupam a
via pública desde a última quinta-feira, quando foram retirados de um
imóvel que ocupavam na esquina das avenidas São João e Ipiranga.

Segundo Osmar Borges, coordenador-geral da FLM, os guardas começaram a
fazer um cordão de isolamento para conter e retirar aqueles que
acampavam na calçada. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas, a
maioria mães, que havia saído para conseguir comida na Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), voltou às 7h30 e
foi impedido de ultrapassar o cordão.

"Elas queriam proteger seus filhos, mas não deixaram passar. Aí
começaram a forçar, e um guarda veio com gás de pimenta e cassetete, e
aí começou a confusão", afirmou Borges. Segundo ele, a GCM também
utilizou bombas de efeito moral e feriu ao menos sete pessoas,
incluindo o advogado do grupo, Manoel Del Rio, que havia sido chamado
para negociar, e um morador de rua que não faz parte do movimento.
Todos foram encaminhados ao Pronto-Socorro da Santa Casa.

Borges afirmou ter conversado com o comandante da Guarda Civil, que
teria decidido suspender a ação após ver o confronto. Segundo o
coordenador da FLM, a GCM deve voltar ao local no começo da
segunda-feira para retomar as negociações.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Segurança Urbana
confirmou a ação da GCM, mas negou, oficialmente, ter havido qualquer
confronto. "A Guarda Civil Metropolitana, em ação integrada com a
Subprefeitura Sé e o Conselho Tutelar, esteve novamente na avenida São
João com o objetivo de oferecer às famílias que ainda ocupam o espaço
público vagas nos abrigos municipais, bem como o encaminhamento de
seus pertences ao depósito da Subprefeitura ou aos locais indicados
por elas. Líderes, se opuseram à desocupação do local, colocando em
risco pessoas, inclusive crianças e idosos", afirmou em nota oficial.

"A Secretaria de Municipal de Segurança Urbana reitera que agiu dentro
da legalidade, baseada nos métodos de mediação, persuasão e respeito
aos direitos humanos e na preservação da integridade física das
famílias e dos agentes da Subprefeitura e do Conselho Tutelar."

Uma fonte da corporação, no entanto, afirmou ao Terra que o objetivo
da ação seria desocupar a via pública e confirmou ter havido um
confronto no qual teriam ficado feridos 11 guardas. A assessoria de
imprensa afirmou que a resposta oficial do órgão se limitaria à nota
emitida hoje.

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