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sábado, 20 de outubro de 2012

O fenômeno "Avenida Brasil" aplaudido pela nova classe média brasileira

Campeã de audiência e verdadeiro
fenômeno nas ruas e nas redes
sociais, a novela "Avenida Brasil" sai
do ar nesta sexta-feira, mas com
certeza deve entrar para a história do
gênero como a primeira produção da
teledramaturgia tupiniquim a centrar
sua trama na chamada nova classe
média brasileira.
Barulhentos, sem modos, mas
trabalhadores alegres e solidários:
assim são as personagens de "Avenida
Brasil", espelho dos milhões de
brasileiros que saíram da pobreza e
que claramente aprovaram sua
caracterização nesta obra de ficção
que leva diariamente 38 milhões de
pessoas para a frente da tv.
Em seus últimos dias no ar, a criação
de João Emanuel Carneiro virou tema
obrigatório nas conversas até mesmo
das poucas pessoas que não
acompanham a trama. Artistas
retardam o início de seus shows,
compromissos são marcados para
depois da exibição do capítulo e até
os motoristas de taxi acompanham a
trama no próprio carro.
A febre de "Avenida Brasil" alterou,
inclusive, a agenda da presidente
Dilma Rousseff, que mudou a data de
um comício de apoio ao candidato do
PT à Prefeitura de São Paulo para que
não coincidisse com o último capítulo
da novela.
Dilma também participará nesta sexta
em outro comício em Salvador, mas o
evento deverá terminar antes do início
da telenovela. E, para evitar a
dispersão dos partidários o PT,
decidiu instalar no local um telão para
que o último capítulo possa ser
acompanhado.
Esta é a novela mais comentada dos
últimos anos e a população
incorporou as expressões e trejeitos
dos personagens da história. Nos
estádios, quando um time joga mal, a
torcida costuma gritar o nome do
Divino Futebol Clube, o time fictício de
terceira divisão da novela.
Para criar a trama, João Emanuel
Carneiro disse ter se inspirado na
chamada "classe C", que representa
quase 55% dos 195 milhões de
habitantes do país, sexta economia do
mundo.
As fileiras da classe C foram
engrossadas com as políticas sociais
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (2003-2010), que tirou mais de 40
milhões de pessoas da pobreza.
A classe C, reflexo do novo Brasil
"Foi uma grande ideia centrar a novela
na classe média emergente. É o
reflexo do novo Brasil, das famílias
que ascenderam, conseguiram
dinheiro, mas que não
necessariamente têm boa educação",
explicou à AFP o sociólogo Geraldo
Tadeu, do Instituto Universitário de
Pesquisas do Rio (Iuperj).
A vingança de Nina contra a vilã
Carminha constitui o elo condutor da
trama, mas são os novos ricos, com
seus exageros e sua espontaneidade
que são a base e atração maior.
A novela também reflete a vida do
pequeno empresário, como Monalisa,
batalhadora dona de uma rede de
salões de beleza, e do trabalhador
comum.
"É uma classe emergente, que está
consumindo e tem orgulho do que é,
e isto é muito importante", afirma
Mauro Alencar, especialista em
teledramaturgia brasileira, em uma
recente entrevista à Globo News.
O fenômeno "Avenida Brasil" também
é comprovado pela repercussão nas
redes sociais, onde cada capítulo
domina os "trend topics".
"As redes sociais não roubam
audiência, e sim potencializam a
comunhão que existe entre o público
e a novela. É delicioso acompanhar ao
mesmo tempo a novela e os
comentários no Facebook e Twitter",
comenta o diretor da novela, Ricardo
Waddington, falando ao jornal O Dia.

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