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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dias contados: a internet vai mudar com o fim da pirataria online Leis mais rígidas contra a pirataria e maior fiscalização sobre o compartilhamento de arquivos podem se tornar o marco de uma era completamente diferente na internet.

A internet pode estar vivendo uma de suas mais importantes fases de
transição, capaz de mudar de uma vez por todas a maneira como todo
mundo se relaciona com a rede. Os projetos de lei norte-americanos
SOPA e PIPA, juntamente com o ato internacional ACTA, somados ao
fechamento do Megaupload deixaram os internautas apreensivos sobre os
rumos que a rede deve tomar nos próximos meses.

As primeiras mudanças já podem ser sentidas na prática por quem
costuma baixar e compartilhar arquivos em grande volume. A retirada do
Megaupload do ar eliminou por consequência o conteúdo de sites
inteiros que apontavam para o serviço. Além disso, com medo de
represálias, diversos outros sites concorrentes optaram por tirar do
ar arquivos de procedência duvidosa ou claramente ilegal.
O fim da pirataria: realidade ou ilusão?


Acabar com a pirataria na rede não é uma tarefa simples e, certamente,
isso não vai acontecer da noite para o dia. O fechamento de sites de
compartilhamento de arquivos pode, de fato, ajudar a minimizar o
problema, uma vez que limita o acesso a esse tipo de conteúdo, em
especial por parte de internautas menos experientes que têm receio de
usar programas complementares para baixar arquivos.

Contudo, o fato de minimizar o acesso ao conteúdo é somado a outro
fator que pode incomodar ainda mais a população: o cerceamento às
publicações e a vigilância constante de tudo aquilo que é postado na
rede.

Caso o SOPA fosse aprovado, sites como o Facebook necessitariam de
moderação para aprovar o conteúdo ou então poderiam ser
responsabilizados por disponibilizar a sua plataforma para divulgação
de um link para um download ilegal. Obviamente, algo inviável para
redes sociais desse porte.
Não adianta me exterminar, outro vem em meu lugar. Será mesmo?


Para muitos, o fim dos sites de compartilhamento sem censura não é um
grande problema, apenas torna as coisas um pouco mais difíceis. O
compartilhamento de arquivos P2P, os famosos torrents, permanece
inalterado, fazendo com que os semeadores mantenham de forma agressiva
seus downloads sem controle algum.

Contudo, até mesmo os torrents podem ser ameaçados, caso o governo
decida realmente agir. Uma das ideias das leis antipirataria é
controlar em maior escala nomes de arquivos e tráfego diretamente a
partir do provedor. No caso dos nomes, o cerco se fecharia com o
bloqueio de compartilhamento de arquivos cujas nomenclaturas fossem
similares às de obras com direito autoral.

Outra proposta é a de regular diretamente junto aos provedores o
tráfego utilizado. Assim, caberia à empresa de internet gerenciar o
seu IP e decidir se você pode ou não compartilhar um determinado tipo
de arquivo, uma espécie de processo de certificação antes do download
e do upload.

A proposta dificultaria a propagação de arquivos de duas formas:
dificultando a busca e localização de arquivos, para os menos
experientes, e dificultando o compartilhamento, para os mais
experientes.
O golpe final: colocando fim às buscas


"Se não está no Google, não está na internet". A máxima que se refere
à eficiência do motor de buscas da Google poderia ser o golpe final
para praticamente acabar de uma vez por todas com a pirataria na rede.
Grandes buscadores como o Google e o Bing podem ser censurados para
que não retornem ao internauta páginas que contenham links de download
para conteúdos que infringem as leis de direito autoral.

Se você imagina que isso é impossível, saiba que a situação é
perfeitamente cabível. Basta analisar como funciona a internet na
China, onde diversos tipos de conteúdo são bloqueados. Sem poder
encontrar links e arquivos torrent nos mecanismos de busca, nem
compartilhar arquivos diretamente via P2P, a tendência é que os
arquivos que violam as leis de direito autoral se tornem escassos na
rede.

Obviamente, nada disso impede que o comércio paralelo e ilegal de CDs
e DVDs prospere, ainda que haja maior fiscalização sobre ele.
Entretanto, se não é possível conscientizar os internautas quanto ao
uso de conteúdo ilegal na rede, a solução encontrada pelos órgãos
governamentais foi a de censurar direto na fonte tudo aquilo que as
pessoas fazem na rede.
E agora?

Como fica a internet sem tudo aquilo que você estava acostumado a
baixar? Para muitos, não poder dispor de arquivos de filmes, livros e
músicas na hora que bem entender apenas fazendo uma simples pesquisa
no buscador já é motivo para cancelar a assinatura da franquia de
dados.

Entretanto, como muitas mudanças ocorridas na rede, é bem provável que
todos se adaptem e novas maneiras de compartilhar arquivos surjam nos
próximos anos. Talvez a pirataria tenha chegado ao fim, ao menos da
forma como conhecemos, mas isso não significa que as gravadoras e os
estúdios de cinema possam comemorar vitória. Afinal, quem está
ganhando com isso?

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